12 de outubro de 2010

O "mito"



 Quem é ele?
Dom Luíz Flávio Cappio-  E uma vida pelo Rio São Francisco
Filho mais novo de uma família de origem italiana, é formado em Economia, apesar de na sua juventude ter desejado ser engenheiro. Fez seus estudos teológicos no Seminário Franciscano de Petrópolis, estado do Rio de Janeiro. Foi ordenado padre em 1971. Trabalhou por três anos na periferia da cidade de São Paulo pela Pastoral Operária. Em 1974, partiu para o semi-árido nordestino com a roupa do corpo. Desde então, o bispo vive no sertão nordestino.
 Sua biografia mostra uma forte ligação com São Francisco de Assis: dom Luís Cappio nasceu no dia em que a Igreja Católica celebra este santo, tornou-se religioso da ordem Franciscana, e foi viver às margens do rio São Francisco. Em 1992, ao completar 48 anos, iniciou uma peregrinação de 6 mil quilômetros da nascente até a foz do Rio São Francisco. Esta peregrinação durou um ano. Este período foi vivido por Dom Luís Cappio como uma missão ecológica e religiosa, durante a qual o frei buscou conscientizar a população sobre a necessidade de preservação do Rio São Francisco. A experiência foi publicada no livro “O Rio São Francisco – Uma Caminhada entre Vida e Morte”, pela Editora Vozes. Tornou-se bispo da Diocese de Barra em 1997, escolhido por não haver outro que se dispusesse a viver na região.
 Entre 26 de setembro e 5 de outubro de 2005, fez uma greve de fome em defesa do rio São Francisco na cidade de Cabrobó, estado de Pernambuco. Seu protesto era a favor da revitalização do rio e contra o projeto de transposição do Rio São Francisco planejado pelo governo do presidente Lula. Esta manifestação ganhou o apoio de diversas organizações e movimentos sociais. O jejum foi interrompido após negociação com o então ministro Jacques Wagner. Feito o acordo, frei Cappio comentou que se a promessa não fosse cumprida, retomaria o protesto.
E no gesto de maior notoriedade contrária à mudança do curso natural do São Francisco, o bispo Dom Frei Luiz Cappio voltou às atenções do Brasil e do mundo, quando ele realizou uma greve de fome que durou 11 dias, entre final de setembro e início de outubro de 2005, denunciado e protestando contra o projeto de transposição de parte das águas do Rio São Francisco e em defesa a sua revitalização. Ato, este que levou a pesquisadores e a população brasileira em geral a tomar conhecimento e a pensar nos dois projetos governamentais para o rio e regiões que atravessa: a transposição e a revitalização do São Francisco. Cantado em rezas, homenageado em letras de músicas e nas artes em geral, o rio São Francisco, que nas palavras do Frei Luiz: “há muito deixou de ser um acidente geográfico e passou a ser a condição de vida para todo o povo da região.
 



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